A mãe felina: do cio ao parto

O parto é uma seqüência de contrações da musculatura abdominal e uterina com a finalidade de expulsar os fetos e os restos embrionários para fora das vias genitais femininas assim que a gestação termina.

Os sinais que nos alerta para a chegada do parto são: a presença de secreção de leite, queda transitória da temperatura corporal, a gata torna-se nervosa, agitada e procura com freqüência o ninho preparado, perde o apetite e pode apresentar vômitos.

O tempo de duração do parto da gata é de aproximadamente 6 a 12 horas. O primeiro filhote pode demorar de 20 minutos a 2 horas para nascer. Os outros filhotes demoram de 5 a 60 minutos de intervalo entre eles, podendo nascer de 3 a 5 gatinhos.

A mãe separa o filhote da placenta e corta o cordão umbilical. Depois faz um rigoroso banho de língua nas crias. Ela permanece direto no ninho por 1 ou 2 dias com atenção exclusiva à ninhada, pois ao nascer, o gatinho é incapaz de regular sua temperatura corporal, é muito frágil e intimamente dependente da mãe que mantém o ninho bem quentinho e protegido.

A eliminação das placentas pode ocorrer junto com o feto, alguns minutos após, ou pode ocorrer a saída de 2 ou 3 fetos a depois suas placentas. As gatas podem comer as placentas, isso é perfeitamente normal, apesar de algumas apresentarem enjôo ou vômito após essa ingestão.

Algumas gatas podem ter dificuldades em obter relaxamento e dilatação da cérvix ideais para eliminar os fetos e assim o trabalho de parto se tornar prolongado, difícil ou até mesmo impossível sem ajuda.

Neste caso é recomendável chamar um veterinário que aplicará medicamentos para aumentar as contrações uterinas e dilatação da cérvix, e avaliar rapidamente a necessidade de uma cesária, no caso desta medicação não surtir efeito.

A cesária também está indicada quando: o feto é muito grande e não passa pela pelve da mãe; se houver falta de dilatação; torção do útero; neoplasias; presença de montruosidades fetais e quando a mãe tem a pelve muito pequena.

As gatas da raça Persa são as que apresentam maior probabilidade de sofrer uma cesária, devido a sua formação anatômica: cabeça longa, redonda e ombros avantajados. Porém, existem fatores genéticos que dão à gata a habilidade de ter excelente dilatação e contrações eficientes.

No momento do parto é normal que a gata esteja com 20% a mais do seu peso normal. Esse aumento é de reservas graxas que serão utilizadas durante a lactação para o organismo produzir o leite. É aconselhável deixar ração e água fresca disponível o tempo todo, pois a produção de leite é muito exigente e as necessidades da gata que amamenta aumenta muito.

O ideal é oferecer à ela uma ração para filhotes até o momento do desmame dos gatinhos e depois voltar para a ração de manutenção gradativamente, para que a gata retorne ao seu peso normal.

As primeiras mamadas acontecem de 1 a 2 horas após o nascimento. O primeiro leite é chamado de colostro, muito rico em anticorpos e essencial para uma defesa precoce contra as doenças infecciosas.

Durante as primeiras 48 horas as mamadas são freqüentes, aproximadamente a cada 20 minutos. O peso dos filhotes aumenta muito rápido, eles nascem com cerca de 100 a 125 g e têm o peso dobrado a cada semana.

Após cada mamada a gata lambe o filhote, e principalmente a área ano-genital. O leite ingerido e o estímulo dado pela língua materna acionam a eliminação da urina e dos excrementos que serão engolidos pela gata.

De inicio, os filhotes se locomovem pouco, seus olhos permanecem fechados e eles têm apenas o estímulo de mamar. As pálpebras se abrem entre o 10º e 14º dia e com 3 semanas a atividade exploratória começa a se desenvolver.

A partir da idade de 4 a 5 semanas, o gatinho pode se interessar pela ração, começando a lamber perto da boca da mãe. É recomendável que o alimento recebido pela mãe durante a lactação seja o mesmo oferecido aos filhotes.

Inicialmente pode-se umedecer a ração com leite artificial para filhotes ou água, até que eles consigam mastigar o grão seco.

Para ser acessível, a tigela deve ser longa e ter bordas baixas e a ração umedecida deve ser retirada depois de 30 minutos, pois a sua fermentação pode fazer mal aos filhotes.

A quantidade de liquido adicionado aos grãos de ração deverá diminuir progressivamente, pois os filhotes vão tentando mastigá-lo seco, enquanto ainda intercalam algumas mamadas.

Essa fase de desmame constitui uma passagem importante para a independência dos gatinhos, e deve ser realizada com cuidado, gradativamente, por ser uma mudança estressante na alimentação.

Para que a gata possa começar a se recuperar, o ideal é que por volta da 7ª semana os gatinhos já estejam se alimentando apenas de ração seca, que seja específica para filhotes pois contém elevados teores de proteína de boa qualidade, elevada concentração energética, rica em cálcio e vitaminas.

Até a 12ª semana de idade, as necessidades nutricionais dos filhotes permanecem muito altas, e depois desse período, os gatinhos entram em um período de crescimento e se não se alimentarem bem terão um retardo no crescimento por causa da deficiência energética.

Esse alimento para filhotes poderá ser oferecido até 1 ano de idade, época em que o gato termina o seu crescimento e pode ser considerado adulto.

Na seqüência falaremos sobre como cuidar de gatinhos órfãos, os fatores que influenciam o crescimento do gatinho e maturação dentária.

[Fonte: http://www.gatopersa.com.br/materias/veterinarios/dra_estela/estela_a_mae_felina1_cont1_010305.htm]